“Não sou esperto nem sou burro,
Nem bem nem mal educado.
Sou simplesmente o produto
Do meio onde fui criado.”
António Aleixo
Nem bem nem mal educado.
Sou simplesmente o produto
Do meio onde fui criado.”
António Aleixo
A quadra anteriormente transcrita do autor António Aleixo, remete-nos para o processo de socialização, que consiste na adaptação e integração, que o indivíduo efectua, das normas, padrões, regras e valores da cultura em questão, que desta forma é um processo dinâmico que garante a integração de um indivíduo numa dada cultura. O que nos permite afirmar que, a socialização é um processo que ocorre ao longo de toda a nossa vida. Na medida em que, todos os acontecimentos, contextos e tipos de relações exigem de nós uma grande capacidade de adaptação, novas aprendizagens e novas formas de ser. Por outro lado, é ainda importante focar que no processo de socialização se podem distinguir dois tipos: a socialização primária e a socialização secundária. No que diz respeito à socialização primária, esta consiste no primeiro contacto com valores, regras, comportamentos e padrões, que dão origem a determinadas formas de agir, pensar e fazer, que são as consideradas adequadas num determinado grupo social, ou por outras palavras, a socialização primária diz respeito às relações que desenvolvemos nos primeiros anos da nossa vida, com os nossos progenitores, e, num ambiente familiar.
A família é o primeiro agente ao qual a criança tem contacto, sendo por isso o de maior importância, pois é este que transmite os primeiros valores, normas, regras, padrões. Este tem a função de preparar o indivíduo para a reprodução sexual, marcar os comportamentos das raparigas e dos rapazes e a aceitação dos estatutos presentes na sociedade.
Assim, este tipo de socialização dá-se até ao momento em que nos passamos a enquadrar na vida activa e/ou quando se dá uma grande mudança na nossa vida, onde passamos, então, a poder falar da socialização secundária.
Como tal, a socialização secundária, consiste na integração e adaptação a elementos mais complexos, a que somos expostos ao longo da nossa vida. Assim, poderemos concluir que esta socialização diz respeito à introdução de um indivíduo em novos sectores do mundo objectivo da sociedade (escola, trabalho, etc.) O que vai implicar que tenhamos a noção dos papéis que desempenhamos na sociedade e das expectativas que nos são depositadas.
Após a família, temos o agente escola que tem como função preparar o indivíduo para a vida activa na sociedade, fazendo-o aceitar os papéis e os estatutos vigentes, garantindo, assim, a reprodução do capital e da força do trabalho.
Os mass media são, também, um importante agente de socialização, principalmente nas sociedades mais industrializadas, nomeadamente a rádio, a televisão, os jornais, entre outros. Na medida em que, estes, exercem um grande poder sobre os indivíduos pelo facto de serem de fácil acesso, transmitindo as normas, os valores, as regras e padrões sociais.
Quanto ao grupo de amigos, podemos dizer que são também muito importantes, isto porque, devido à proximidade e afectividade estes integram os elementos culturais mais facilmente.
Assim sendo, como podemos constatar nos seguintes versos, “ sou simplesmente o produto/ do meio onde fui criado”, o indivíduo está perante um processo de socialização, processo esse que é contínuo, ou seja, ocorre desde que o ser nasce ate à sua morte.
Tatiana Machado
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