sexta-feira, 8 de abril de 2011

Redes Sociais – que papel no universo da cultura

“Já não vivemos somente nas ruas e nas casas, mas também nos fios telefónicos, nos cabos e redes digitais. Estamos telepresentes num espaço de ausência. Aqui, onde nos encontramos, estamos ausentes, e onde não estamos, somos omnipresentes. (...)”
(Peter Weibel citado por Cláudia Giannetti, 2002)




Desde os primórdios da sua existência que o Homem age sobre a natureza, tranformando-a, estabelecendo relações, criando uma série de comportamentos, valores, normas, crenças, hábitos e costumes – a isto chamamos cultura.
No entanto o Homem não é só produtor de cultura, é também produto dessa mesma cultura. Podemos mesmo dizer que  cultura e vida caminham de mãos dadas, uma vez que uma é o reflexo da outra, mesmo quando nos revelamos contra uma “determinada cultura” fazemo-lo com base na nossa própria “herança cultural”.
Para Roland Barthes(1981) a cultura é uma fatalidade uma vez que tudo é cultural. À transmissão da cultura damos o nome de educação.
A entrada da tecnologia nas nossas vidas acelerou os processos já existentes mas, e sobretudo, alterou e introduziu inovações na maneira de experimentarmos a realidade, no uso da linguagem, assim como nas formas de ler, escrever e comunicar de maneira geral (Sacristán, 2003, p.81).
A tecnologia, além de ter alterado as nossas práticas quotidianas, acabou por transformar os modos de produção intelectual, através da diluição dos limites entre compreensão e certeza.
Todas as revoluções tecnológicas acabaram por transformar, a médio e a longo prazo, a relação que estabelecemos com o mundo. Estas revoluções modificaram a Cultura e vida quotidiana dos humanos, mas também acabaram por alterar os próprios humanos na sua auto-compreensão, assim como a sua realização como espécie.
Vivemos hoje imersos na globalização, condição à qual não podemos fugir, nem negar. A tecnologia é vivida e experienciada não apenas nos chamados países do primeiro mundo, mas repercutida por todo o mundo. A globalização, alterou a nossa posição em relação à nossa cultura de pertença.
A tecnologia, como não poderia deixar de ser, acabou por se difundir com o advento da globalização, estabelecendo novas formas de comunicação entre as diferentes civilizações. O avanço tecnológico, acelerou os processos de troca de ideias, informação e cultura, repercutindo-se no modo como a própria educação é administrada.
Somos hoje, pequenas partículas moldadas e limadas pelo contacto cada vez mais próximo com diferentes culturas, influenciados pela alucinante recepção de informação vinda de todas as partes do mundo.
É indiscutível a presença e implicação da tecnologia na vivência quotidiana de todos os indivíduos, acabando esta por alterar a forma como os seres humanos encaram o seu papel de cidadãos. A tecnologia e a cidadania já não são, nem podem ser, o que eram, por isso mesmo, se superiorizou a si mesma e não apenas às outras todas (Patrocínio, 2002, p.14,15).

Maria Azevedo

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