sábado, 9 de abril de 2011

Socialização [ O Produto e os Produtores ! ]

“Não sou esperto nem sou burro,
Nem bem nem mal educado.
Sou simplesmente o produto
Do meio onde fui criado.”
António Aleixo

A quadra anteriormente transcrita do autor António Aleixo, remete-nos para o processo de socialização, que consiste na adaptação e integração, que o indivíduo efectua, das normas, padrões, regras e valores da cultura em questão, que desta forma é um processo dinâmico que garante a integração de um indivíduo numa dada cultura. O que nos permite afirmar que, a socialização é um processo que ocorre ao longo de toda a nossa vida. Na medida em que, todos os acontecimentos, contextos e tipos de relações exigem de nós uma grande capacidade de adaptação, novas aprendizagens e novas formas de ser. Por outro lado, é ainda importante focar que no processo de socialização se podem distinguir dois tipos: a socialização primária e a socialização secundária. No que diz respeito à socialização primária, esta consiste no primeiro contacto com valores, regras, comportamentos e padrões, que dão origem a determinadas formas de agir, pensar e fazer, que são as consideradas adequadas num determinado grupo social, ou por outras palavras, a socialização primária diz respeito às relações que desenvolvemos nos primeiros anos da nossa vida, com os nossos progenitores, e, num ambiente familiar.
A família é o primeiro agente ao qual a criança tem contacto, sendo por isso o de maior importância, pois é este que transmite os primeiros valores, normas, regras, padrões. Este tem a função de preparar o indivíduo para a reprodução sexual, marcar os comportamentos das raparigas e dos rapazes e a aceitação dos estatutos presentes na sociedade.
 Assim, este tipo de socialização dá-se até ao momento em que nos passamos a enquadrar na vida activa e/ou quando se dá uma grande mudança na nossa vida, onde passamos, então, a poder falar da socialização secundária.
Como tal, a socialização secundária, consiste na integração e adaptação a elementos mais complexos, a que somos expostos ao longo da nossa vida. Assim, poderemos concluir que esta socialização diz respeito à introdução de um indivíduo em novos sectores do mundo objectivo da sociedade (escola, trabalho, etc.) O que vai implicar que tenhamos a noção dos papéis que desempenhamos na sociedade e das expectativas que nos são depositadas.
Após a família, temos o agente escola que tem como função preparar o indivíduo para a vida activa na sociedade, fazendo-o aceitar os papéis e os estatutos vigentes, garantindo, assim, a reprodução do capital e da força do trabalho.




Os mass media são, também, um importante agente de socialização, principalmente nas sociedades mais industrializadas, nomeadamente a rádio, a televisão, os jornais, entre outros. Na medida em que, estes, exercem um grande poder sobre os indivíduos pelo facto de serem de fácil acesso, transmitindo as normas, os valores, as regras e padrões sociais.
Quanto ao grupo de amigos, podemos dizer que são também muito importantes, isto porque, devido à proximidade e afectividade estes integram os elementos culturais mais facilmente.

Assim sendo, como podemos constatar nos seguintes versos, “ sou simplesmente o produto/ do meio onde fui criado”, o indivíduo está perante um processo de socialização, processo esse que é contínuo, ou seja, ocorre desde que o ser nasce ate à sua morte.

Tatiana Machado

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Aculturação


O conceito de aculturação foi durante muito tempo utilizado para se avaliar o processo de contacto entre duas culturas diferentes. Entretanto, a utilização deste tipo de categoria tem vindo a ser cada vez mais criticada e combatida por antropólogos e outros especialistas das ciências humanas.
Em geral, a crítica realizada a esse conceito combate a ideia de que uma cultura desaparece no momento em que entra em contacto com os valores de outras culturas.
No entanto, essa conclusão mostra-se completamente equivocada por compreender que a cultura consiste num conjunto de valores, práticas e processos imutáveis no interior de uma sociedade.
Estudos de natureza histórica e antropológica, principalmente a partir da segunda metade do século XX, demonstraram que as sociedades humanas estão constantemente a reorganizar as suas formas de compreender e lidar com o mundo. Dessa forma, a cultura não pode ser vista de uma forma estática e imutável.
Um dos mais claros exemplos desse processo pode ser visto em relação às comunidades indígenas brasileiras. No inicio do século XX, as autoridades oficiais acreditavam que a ampliação do contacto entre brancos e índios poderia, numa questão de décadas, extinguir as comunidades indígenas. Contudo, o crescimento das comunidades indígenas – a partir da década de 1950 – negou o prognóstico do início daquele século.
Desta forma, devemos compreender que a cultura é um processo dinâmico e aberto em que hábitos e valores são sistematicamente redignificados. Por isso, a ideia de aculturação não pode ser vista como o fim de uma cultura, pois não há como pensar que um mesmo grupo social irá preservar os mesmos costumes durante décadas, séculos ou milénios.
A cultura de um povo, para se manter viva, deve ser suficientemente livre para conduzir as suas próprias escolhas, inovações e permanências.
Olga Fernandes, Nº18

Redes Sociais – que papel no universo da cultura

“Já não vivemos somente nas ruas e nas casas, mas também nos fios telefónicos, nos cabos e redes digitais. Estamos telepresentes num espaço de ausência. Aqui, onde nos encontramos, estamos ausentes, e onde não estamos, somos omnipresentes. (...)”
(Peter Weibel citado por Cláudia Giannetti, 2002)




Desde os primórdios da sua existência que o Homem age sobre a natureza, tranformando-a, estabelecendo relações, criando uma série de comportamentos, valores, normas, crenças, hábitos e costumes – a isto chamamos cultura.
No entanto o Homem não é só produtor de cultura, é também produto dessa mesma cultura. Podemos mesmo dizer que  cultura e vida caminham de mãos dadas, uma vez que uma é o reflexo da outra, mesmo quando nos revelamos contra uma “determinada cultura” fazemo-lo com base na nossa própria “herança cultural”.
Para Roland Barthes(1981) a cultura é uma fatalidade uma vez que tudo é cultural. À transmissão da cultura damos o nome de educação.
A entrada da tecnologia nas nossas vidas acelerou os processos já existentes mas, e sobretudo, alterou e introduziu inovações na maneira de experimentarmos a realidade, no uso da linguagem, assim como nas formas de ler, escrever e comunicar de maneira geral (Sacristán, 2003, p.81).
A tecnologia, além de ter alterado as nossas práticas quotidianas, acabou por transformar os modos de produção intelectual, através da diluição dos limites entre compreensão e certeza.
Todas as revoluções tecnológicas acabaram por transformar, a médio e a longo prazo, a relação que estabelecemos com o mundo. Estas revoluções modificaram a Cultura e vida quotidiana dos humanos, mas também acabaram por alterar os próprios humanos na sua auto-compreensão, assim como a sua realização como espécie.
Vivemos hoje imersos na globalização, condição à qual não podemos fugir, nem negar. A tecnologia é vivida e experienciada não apenas nos chamados países do primeiro mundo, mas repercutida por todo o mundo. A globalização, alterou a nossa posição em relação à nossa cultura de pertença.
A tecnologia, como não poderia deixar de ser, acabou por se difundir com o advento da globalização, estabelecendo novas formas de comunicação entre as diferentes civilizações. O avanço tecnológico, acelerou os processos de troca de ideias, informação e cultura, repercutindo-se no modo como a própria educação é administrada.
Somos hoje, pequenas partículas moldadas e limadas pelo contacto cada vez mais próximo com diferentes culturas, influenciados pela alucinante recepção de informação vinda de todas as partes do mundo.
É indiscutível a presença e implicação da tecnologia na vivência quotidiana de todos os indivíduos, acabando esta por alterar a forma como os seres humanos encaram o seu papel de cidadãos. A tecnologia e a cidadania já não são, nem podem ser, o que eram, por isso mesmo, se superiorizou a si mesma e não apenas às outras todas (Patrocínio, 2002, p.14,15).

Maria Azevedo

Atracção

     A psicologia social procura compreender como estabelecemos as relações interpessoal, podendo esta ser definida como a avaliação cognitiva e afectiva que fazemos dos outros e que nos leva a procurar a sua companhia.manifesta-se pela preferência que temos por determinadas pessoas que nos levam a gostar de estar com elas.
  Factores que influenciam a atracção
Existem 3 principais factores que influenciam o processo de atracção, a proximidade, a familiaridade e a atracção física.
 A proximidade, como já foi comprovado em estudos, é na um dos grandes factores uma vez que as pessoas mais próximas de nós são as que nós nos sentimos mais atraídos.
 Familiaridade este aspecto é relativo à quantidade de vezes que vemos uma pessoa, à partida uma pessoa com quem lidamos com mais frequência são as mais acessíveis, portanto mais susceptíveis de nos atraímos mais.

 Atracção física este factor conta com a primeira impressão que temos de uma pessoa, a aparência física.   
 
Semelhanças interpessoais este factor reside na própria relação que é estabelecida, assim sentimo-nos atraídos por pessoas que têm os mesmo sentimentos, opiniões, interesses (...) que nós próprios, a afinidade aproxima as pessoas.
Qualidades positivas gostamos mais de uma pessoa que apresenta as características que consideramos agradáveis.  
Complementaridade autores defendem que as semelhança, numa primeira fase, podem ser bastante importantes porém após esta fase as pessoas são atraídas por características que elas não possuem, ou seja, são as assimetrias das características que tornam alguém atraente para nós, uma vez que nos complementam.


A meu ver estes três aspectos são os que mais consideramos quando nos atraímos por alguém, uma vez que a combinação das três nos fazem aproximar da pessoa. É bastante mais fácil sermos atraídos por pessoas que vemos regularmente e que passam mais tempo connosco. Hoje em dia a aparência física influencia bastante a atracção pois foi-se criando um padrão de beleza tornando as pessoas que se incluem nesse padrão as mais bonitas, populares e as que causam melhores impressões.

Luís Rocha

Mente


Tradicionalmente tinha-se uma ideia restrita da mente, pensando que esta só servia para desempenhar funções cognitivas e que se opunha ao corpo, à sensibilidade, à emoção. Era um modelo abstracto, esquemático e depurado da mente. Em finais do sec XX é que a afectividade e a subjectividade começaram a ter lugar no conhecimento. 

Processos cognitivos actividades mentais implicadas na compreensão, processamento e comunicação do saber. Tendem para uma certa objectividade e impessoalidade. Comunicação entre os órgãos receptores e o sistema nervoso central. O conhecimento dá-se através da transformação de estímulos sensíveis exteriores numa informação interiormente processada de modo a ter sentido para o sujeito. O conhecimento implica uma serie de processos, com a percepção, a aprendizagem e a memoria.

Processos emocionais aspectos afectivos agradáveis ou desagradáveis que acompanham a vivencia das mais diversas situações do meio. São subjectivos e individuais. São comandados pelo hipotálamo, podemos individualizar as emoções em relação a afectos e sentimentos.

Processos conativos (conação = tendências do ser humano para agir deliberadamente no meio físico e social) factores de personalidade associados às motivações e intenções que dinamizam o sujeito para a acção. A acção humana é condicionada pelos lobos frontais (área motora, a área pré-frontal é responsável pela reflexão e vontade. Actos voluntários e intencionais orientados para a realização de projectos previamente delineados. 

Luís Rocha
Nº 32

Abordagens que explicam as desigualdades de género

         Argumentos que defendem a existência de uma base biológica (diferença natural)
Defendem que os aspectos da biologia humana (das hormonas aos cromossomas, do tamanho do cérebro à genética) são responsáveis por diferenças congénitas no comportamento entre homens e mulheres.
Estas diferenças, são visíveis em todas as culturas, o que implica que os factores naturais são responsáveis pelas desigualdades entre os géneros que caracterizam a maior parte das sociedades.
Por exemplo, os Homens possuem tendências biológicas para a agressão.
Argumentos da oposição: O nível de agressividade dos homens, varia bastante de cultura para cultura. O facto de uma característica ser mais ou menos universal, não significa que seja de origem biológica. Poderão existir factores culturais generalizados que originem esta característica.
         Teorias que dão particular destaque à socialização e à aprendizagem dos papéis de género.
Estabelece uma distinção entre sexo e género social – uma criança nasce com o primeiro e desenvolve-se com o segundo.
As crianças, através do contacto com diversos agentes de socialização, primários e secundários, interiorizam progressivamente as normas e expectativas sociais que correspondem ao seu sexo.
As diferenças de género não são determinadas biologicamente, mas geradas culturalmente.
Deste modo, os rapazes e as raparigas são vistos como aprendizes dos «papéis sexuais».
Neste seguimento, são guiados neste processo por sanções positivas e negativas, forças socialmente aplicadas que recompensam ou restringem o comportamento.
Um rapaz poderá ser positivamente sancionado «És um menino muito corajoso!» ou receber uma sanção negativa «Os meninos não brincam com bonecas!»
Argumentos da oposição: Diferentes agentes como a família, a escola e o grupo de amigos, poderão entrar em conflito entre si.
         Concepções que defendem que nem o género nem o sexo têm uma base biológica, sendo totalmente construídos a nível social.
Não só o género é uma criação puramente social ao qual falta uma “essência” dominante, mas o próprio corpo humano está sujeito às forças sociais que o moldam e o alteram de várias maneiras.
Os indivíduos podem optar por modelar os corpos conforme a sua vontade recorrendo a actividade física, à dieta, ao piercing e ao estilo pessoal, até à cirurgia plástica e às operações de mudança de sexo.
O corpo humano e a biologia não são dados adquiridos. Estão sujeitos à acção humana e à escolha pessoal em contextos sociais diferentes.
Tiago Costa 12ºB nº26


O Preconceito

O preconceito é um dos aspectos mais redutores de qualquer sociedade ou indivíduo. Na origem, ao longo dos anos, de milhares de conflitos armados, impede o desenvolvimento pessoal e a aprendizagem. As formas mais comuns de preconceito são: social, étnico, racial e sexual.
De modo geral, na origem dos preconceitos encontramos as generalizações, superficiais, conhecidas por estereótipos, imagens preconcebidas. São usados para definir e limitar pessoas ou grupos. São bem aceites em alguns meios humorísticos como manifestação “inocentes” de racismo, homofobia, xenofobia, machismo e intolerância religiosa.
As representações são o conjunto de explicações, crenças e ideias que nos permitem evocar um determinado grupo de pessoas, muitas vezes de forma deprimente, preconceituosa e estereotipada. Existem, de forma abundante, sobre grupos de indivíduos, comunidades, povos, etnias, tom de pele, cores de cabelo, clubes, bairros habitacionais, países, religiões, orientações políticas, classes, aspecto físico, género, portadores de doenças ou de deficiência, crenças, costumes e tradições.
A Internet tem também servido como veículo, ou meio, para muitas mentes perturbadas defenderem filosofias anti-sociais, preconceituosas e apelos à violência. Sendo impossível bloquear esses conteúdos, torna-se necessária uma reflexão interna constante ao navegarmos na rede e ao interagirmos em redes sociais.
Também na Internet, como na vida, o preconceito está relacionado com a ignorância. Muitas das nossas crenças foram-nos transmitidas através de estereótipos, de representações, de geração em geração, sem justificativas plausíveis que as amparem como legítimas ou verdadeiras.
É comum acreditarmos que os preconceitos existem apenas nos “outros”, esquecendo-nos de olhar para nós próprios, de mencionar a quantidade enorme que carregamos junto dos nossos valores e crenças limitadoras, que paralisam, que criam graves dificuldades íntimas, que nos limitam pessoalmente, que limitam o nosso desenvolvimento pessoal e a nossa própria vida, que nos impedem de ser felizes e de conseguirmos o que desejamos.


Patrícia  Ribeiro

Somos preconceituosos? Sim, somos!


O preconceito é algo cultural, é um sentimento que vem enraizado no nosso DNA. Especialistas afirmam que grande parte do que somos, a nossa base moral, é construída até os seis anos idade. O preconceito em nós é muito forte, vem da infância e eliminá-lo é uma tarefa quase impossível.
O que não podemos ter, são atitudes preconceituosas. Eliminar sentimentos preconceituosos não é tão simples, agora agir de maneira não preconceituosa é uma escolha, a escolha certa.
Portugal é um país extremamente preconceituoso. Somos falsos, fingimos não ter preconceitos quando na verdade somos altamente preconceituosos.
Sempre que se faz uma pesquisa simples, perguntando se existe preconceito em Portugal, a maioria dos entrevistados respondem que sim. Agora, quando a pergunta é mudada para: É preconceituoso? São muito poucos aqueles que respondem com um sim.
O primeiro preconceito é não admitirmos que somos preconceituosos.
Existe preconceito contra o negro, contra o chinês, contra o japonês, contra pobres, contra ateus, contra muitas religiões, contra os gays. Notável é que mesmo fazendo parte de um dos grupos excluídos e sentindo na pele o preconceito, não se deixa de agir preconceituosamente contra as outras classes e até mesmo contra a própria classe da qual se faz parte.
A curto prazo é impossível acabar com o preconceito, é necessário mudar a cultura, algo que se leva anos, até mesmo séculos a conseguir
Para isso deve-se estudar, o conhecimento quebra barreiras e estereótipos. Na minha opinião o preconceito é fruto da ignorância, também defendo que o preconceito deve ser assumido, o preconceito é histórico somos frutos do meio, ter preconceito, de certa forma, é algo natural.
 Adriana Araújo