domingo, 19 de dezembro de 2010

Introspecção


Podemos definir Introspecção como o acto pelo qual o sujeito observa os conteúdos de seus próprios estados mentais, tomando consciência deles. De entre os possíveis conteúdos mentais susceptíveis de introspecção podem destacar-se as crenças, as memórias (sejam visuais, auditivas, olfactivas, sonoras, tácteis), as intenções, as emoções e o conteúdo do pensamento em geral (conceitos, raciocínios, associações de ideias).

Foram muitos os filósofos a usarem este método de investigação que é estimulado a partir de uma máxima de Sócrates “Conhece-te a ti mesmo” e também de Descartes com o “Penso, logo existo”.

A introspecção é o método original da psicologia, usado desde a sua fundação por Wundt e William James para verificar o funcionamento da mente. Foi também usada por Jean Piaget, Sigmund Freud, Titchener e Aaron Beck.

Geralmente é muito estimulada tanto na psicoterapia, como na psicanálise e na terapia cognitivo-comportamental, onde o sujeito pode ser levado a reflectir sobre a consequência de suas acções, o seu modo de pensar e ainda sobre formas de pensar mais eficazes que diminuam o seu sofrimento.

Sem dúvida que se soubermos olhar para nós próprios, para o nosso interior, pode ser muito útil no dia-a-dia. E para olharmos para nós próprios não temos necessariamente de ter problemas. Pode servir tão-somente para relembrar, analisar, avaliar todos os momentos e acções que protagonizamos, quer como actores principais quer como secundários. No entanto, na minha opinião, devemos valorizar somente aquilo que é valorizável…ou seja, não podemos nem devemos arranjar desculpas, inventar “situações problema” para justificar esta ou aquela dificuldade. E, enquanto reflectia acerca desta problemática e procurava no baú das minhas memórias ocorreu-me uma frase, cujo autor desconheço, mas que foi reproduzida por Jaime Bulhosa e que eu passo a transcrever “As pessoas são como os livros, têm exactamente os mesmos inimigos, isto é, o seu próprio conteúdo.”

Maria Azevedo

Sem comentários:

Enviar um comentário