quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Herança Genética e o Meio – OS GÉMEOS

Cada ser humano tem características próprias, características que os tornam únicos. No entanto, para conseguirmos explicar este facto, temos que ter em conta dois aspectos essenciais: o meio e a hereditariedade. Assim sendo, ao conjunto de características que uma pessoa recebe por hereditariedade dá-se o nome de genótipo e ao conjunto de características que um individuo apresente, resultado da sua hereditariedade e de influência do meio, denominamos fenótipo.
Um indivíduo é, ao longo da sua vida, muito influenciado pelo meio. Assim, o meio é constituído por elementos que intervêm no comportamento de cada indivíduo.
Existem dois tipos de gémeos:
·        falsos ou heterozigóticos:
o   formam-se de ovos distintos, ou seja, em óvulos diferentes fecundados por diferentes espermatozóides.
o   tendo nascido em ovos diferentes não possuem a mesma estrutura genética, são tão distintos como dois irmãos não gémeos e podem, portanto, possuir o mesmo sexo ou não.
·        verdadeiros ou homozigóticos:
o   formam-se de um único óvulo fecundado por um único espermatozóide. Em vez de se formar um embrião formam- -se dois ou mais embriões;
o   tendo nascido de um mesmo ovo, possuem a mesma estrutura genética (número de cromossomas)e são, por isso, do mesmo sexo, têm o mesmo grupo sanguíneo e a mesma estrutura física.



         Os estudos modernos com gémeos demonstram que aqueles que foram separados no nascimento ou pouco depois dele são mais semelhantes do que os que foram criados juntos ou separados com uma idade mais avançada. Como isso pode ser explicado?
O estudo com gémeos é muito importante para a psicologia e também para a ciência, pois existe um debate nature versus nurture ou natureza versus criação se enriquece através de estudos empíricos com este grupo de pessoas.
Até a década de 70 os estudos com gémeos não eram confiáveis. Hoje, a maioria dos estudos com gémeos são realizados com mais cuidados, e são co  muns principalmente na disciplina conhecida como genética do comportamento.
Voltando à questão inicial, Ridley fornece uma possível explicação, gémeos idênticos criados separados são mais semelhantes do que os criados juntos:

“Pequenas diferenças no carácter inato são exageradas pela prática, não aplainadas por ela. Isso é o que acontece entre gémeos idênticos. Se um é mais extrovertido que outro, eles gradualmente exagerarão esta diferença” (Ridley, 2003, p. 323).





Ridley explica o modo como os gémeos idênticos criados separados são mais semelhantes do que os criados juntos. Os gémeos criados juntos tendem a reforçar as suas diferenças para se diferenciarem um do outro, já os separados não têm essa preocupação.
De qualquer forma, os testes confirmam que os gémeos idênticos, separados ou não à nascença, são muito parecidos, mas não idênticos nas suas características: personalidade, hábitos ou desenvolvimentos de doenças.

Exemplo:
 A relação entre adoptados no mesmo lar pode ser um instrumento útil para verificar o peso do ambiente durante a infância no produto final, a personalidade adulta.
Seria esperado, do desenvolvimento da personalidade, encontrar pelo menos algumas influências em comum pelo facto destas crianças dividirem o mesmo ambiente familiar, que é semelhante pelo menos alguns parâmetros como a personalidade dos pais, nível social, económico e cultural, sistema religioso, etc.
É evidente que ser criado no mesmo lar não quer dizer que os estímulos que incidiram na criança sejam os mesmos. Podemos então concluir que o ambiente apesar de ser semelhante, não torna a personalidade das crianças adoptadas idêntica.


ð     Assim, os estudos demonstram que diferenças em mentes podem resultar de diferenças em genes. Isso não significa que o papel da criação seja nulo, pelo contrário, a hereditariedade depende inteiramente do contexto. De qualquer forma, o papel dos genes não pode ser ignorado.

TIAGO COSTA

Sem comentários:

Enviar um comentário