Não estamos no tempo dos associacionistas e os psicólogos modernos tentam interrogar e interpretar. Querem estar, tal como o físico, em face do seu objecto. É preciso, porém, limitar este conceito de experiência quando se fala da psicologia, porque pode haver uma multidão de experiências diversas. Há que decidir, por exemplo, se existe ou não uma experiência das essências ou dos valores ou ainda uma experiência religiosa. O psicólogo usa apenas dois tipos de experiências bem definidos: a percepção espacio-temporal dos corpos organizados, e este conhecimento intuitivo de nós mesmos que se chama experiência reflexiva. Os debates de método entre os psicólogos dizem respeito a este problema: estes dois tipos de informação são complementares? devem subordinar-se um ao outro? será preciso afastar resolutamente um deles? Mas estão de acordo num ponto: a investigação deve partir de factos.
Jean Paul Sartre, Esboço de Uma Teoria das Emoções
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Entre dois mundos
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